domingo, 25 de outubro de 2009

Jogo de contas


















Medida em conta
De somar e cuidar
De ter em se dar
Orientar ao zelar

Faz-se a conta do pai
Que não é santo
Conta que vive para amar
Contando as contas do mar

Frei Deriko Nietzsche

Sossêgo






















Existe uma paz chamada sossêgo
Onde me encontro suavemente comigo
Não estou, pois sou parte do meu todo

Pássaros e brisa num doce acalento
Somente eles envolvem meu pensar
Na preguiça espero o tempo chegar

Frei Deriko Nietzsche



Disfarce



















Lançam ao ar os mais aventureiros
Sem medo de mostrar ou mesmo errar
Poetas e letrados trazem este dom
Terno ou ríspido envolver, sabem fazer ser

Do claro ao enigmático jogo de palavras
Ávidos são a todos quererem dizer
Que o mais fiel espelho iremos encontrar
Nem verso nem rima, só a entrelinha é que o trás

O que seria destes loucos ou intelectos
Se assim não pudessem se achar
Amadurecendo de forma velada
Ao ter ao menos um leitor a se importar

Frei Deriko Nietzsche



Duelo Perdido do Elo














Cúmplice é o que se cala
Na fala nem sempre ambígua
Fica então a lealdade assumida

Armam-se de pura retórica
Metafórica arte das palavras
Porque ultrapassaram limites

Na permissão de se acharem
Retardam a devida coragem
Perdem-se no atropelo do tempo

Foi-se então a lealdade
Destruiu-se a cumplicidade
Resta apagar os rastros

Tola e ínfima pretensão
No embate de ditos titãs
Eles já não o são, nem se dão

Frei Deriko Nietzsche

Saudade





Crianças levadas são pela vida
Antes inocência, agora perdida
Do embalo do colo vem a saudade
De uma data já ida, tão querida

Frei Deriko Nietzsche